Folhetim – 04 de Novembro 2020
OBLATOS DE MARIA IMACULADA
OUTUBRO-NOVEMBRO DE 1818
A sociedade de padres diocesanos juntados por Eugênio de Mazenod quase se desfez e precisou provavelmente da intercessão de São Carlos Borromeu, padroeiro e intercessor da família Mazenod, para se recompor após os embates havidos em fins de outubro de 1818. No dia 24 daquele ano um ou outro padre não estava disposto a pronunciar os votos e se tornar religioso. Eugênio chamou os estudantes e os fez pronunciar os votos. E assim ele levou a votação a seis a quatro em favor dos votos na nascente sociedade. Os primeiros votos aconteceram em 1º de novembro. O fundador pronunciou seus votos de castidade, obediência e perseverança na presença de seu tio Dom Fortuné. Durante a Missa que se seguiu ele aceitou os votos de Maunier, Mie, Tempier e Moreau; e dos três estudantes. Estava fundada a Sociedade dos Missionários de Provença. Era o primeiro Capítulo Geral dos Missionários. O fundador leu a recém composta Regra aos seis padres presentes; eles concordaram com o conteúdo até chegarem à questão dos votos que tiveram mais o caráter privado do que canônico. Eugênio de Mazenod foi eleito Superior Geral e os outros Conselheiros. De 25 de outubro a 1º de novembro fizeram o retiro anual. Logo depois, em janeiro de 1819, Tempier abriu a primeira comunidade no santuário de Notre Dame de Laus.
A instabilidade era grande. O grupo estava na dependência dos caprichos dos bispos que haviam “emprestado” seus súditos para a pregação de missões de Mazenod. Um ano antes houve um choque com alguns padres de Aix sobre o lugar privilegiado dado à associação dos meninos em crismas na catedral. Havia o problema com os párocos porque Eugênio dera a primeira comunhão às crianças “deles” participantes da associação na Capela da Missão. Eugênio
percebeu, então, que era preciso grupo ter alguma estabilidade. Em 1820 os noviços foram transferidos para o santuário. Em 1821 os Oblatos assumiram o Calvário, em Marselha; e em outubro desse ano aconteceu o segundo Capítulo Geral em Aix. Dom Fortuné fora nomeado bispo de Marselha e levou Mazenod e Tempier como Vigários Gerais. Outra crise… Deblieu e Maunier saíram da sociedade. Deblieu, inclusive, foi mais longe. Argumentou que os votos eram nulos. Albini entrou em cena e traduziu a Regra para o latim e ser levada a Roma para aprovação. O texto de Mazenod sofreu vários manuscritos e alterações. O quarto manuscrito, compilado em 1825, tornou-se o texto francês definitivo e traduzido para ser apresentado à Santa Sé. Antes de ir a Roma o fundador submeteu a Regra aos bispos em cujas dioceses os Oblatos de São Carlos estavam trabalhando, a fim de obter deles decretos de aprovação. Os sete decretos produziram reação positiva.
Quando Eugênio morreu em 1861, havia 414 Oblatos (6 bispos, 267 padres, 88 Irmãos). Estavam na França-Midi – França Norte – Província da Inglaterra – Vicariato do Rio Vermelho Vicariato de Oregón – Pro-Vicariato do Texas – Vicariato do Ceilão – Vicariato de Natal. Tempier abriu o Capítulo Geral enaltecendo a figura do falecido fundador; o mesmo fez o Cardeal Guibert. José Fabre, com 38 anos, foi eleito Superior Geral. Ele convivera por muitos anos com
Eugênio. A ele coube a formidável tarefa de continuar a preservar o espírito do fundador entre o grupo de homens cuja maioria conhecera Eugênio pessoalmente, e que tinham sua própria interpretação da vida e espírito do fundador. “Sejamos unidos em espírito e no coração, e seremos fortes para realizar o que é bom; estejamos unidos na memória de um pai para sempre amado”. Permanece o legado de Eugênio: “nossa primeira e única meta deve ser instruir o povo… para que eles sejam capazes de repetir em seu próprio círculo familiar o que aprenderam
de nossas bocas” (1826).