Folhetim de 06 de junho de 2021
OBLATOS DE MARIA IMACULADA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, PAZ E INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO
“Só sei que nada sei” – Sócrates (469 a.C – 399 a.C)
DIA D – 6 DE JUNHO DE 1944. Foi o início da maior operação militar da história; o desembarque das tropas conjuntas de Estados Unidos, Reino Unido e Ca- nadá na Normandia. No mês seguinte, em julho de 1945, do outro lado do Atlântico, deu-se inicio à construção de governança que veio consolidar a paz mundial. Em conferências, 44 países, incluindo o Brasil, celebraram os acordos de Bretton Woods, nos quais se estabeleceu a nova ordem mundial econômica e financeira que contribuiria para um desenvolvimento glabal mais harmonioso. Era consenso que a origem das guerras era econômica e um mecanismo multilateral se fazia necessário. Na sequência, o crescimento da economia mundial surpreendeu positivamente. Foi uma combinação de aumento da globalização, de estabilidade monetária e mais crédito disponível. O três pilares de Bretton Woods foram: um novo acordo monetário, no qual o dólar era conversível em ouro; a criação do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, que financiaria o investimento em países; e a constituição do Fundo Monetário Internacional, que ajudaria os países em crise de balanço de pagamentos. O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento foi transformado em Banco Mundial, que funciona bem até hoje e tem sede na capital norte-americana. Está focado em projetos de desenvolvimento econômico com ênfase na erradicação da pobreza e sustentabilidade ambiental. O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem atualmente 190 países membros e sediado também em Washington. Continua com sua função original de promover a estabilidade financeira dos países. Há críticas de que privilegia mais credores do que os devedores, que são os mais necessitados. No ano seguinte, 1945, foi fundada a Organização as Nações Unidas (ONU) para as e Comércio, conhecido pela sigla inglês, GATT. Tinha como objetivo incentivar o livre comércio internacional. Foi substituído pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Mais avanços se registraram com o Acordo de Paris e a Organização Mundial da Saúde (OMS). É preciso encontrar meios de fortalecer a ONU, a OMS e o Acordo de Paris, enquanto instituições capazes de coordenar os países em defesa da civilização. O momento é oportuno para amplos debates sobre a construção de uma nova arquitetura econômica, monetária e financeira global.
É o momento de repensar alguns dos pilares fincados no pós-guerra. O papel do FMI, por exemplo. O mundo está mais endividado e com uma demanda de financiamento maior. Ajudar os países, especialmente os mais pobres, é fundamental. No século passado, a disputa pelo controle do comércio no Atlântico entre uma potência marítima, a Inglaterra, e uma força econômica continental, a Alemanha, nos levou a duas guerras mundiais. Hoje, o eixo do comércio se deslocou para o Pacífico, com a disputa entre Estados Unidos e China, que tem tudo para beneficiar o Brasil, exportador para ambos. Essa é a realidade em que você nasceu e cresceu.
COVID-19. Se tem uma lição que a pandemia está aplicando com maestria e sem piedade é a de escancarar as desigualdades e mazelas sociais e econômicas que caracterizam a sociedade brasileira. A Fundação Getúlio Vargas fez um levantamento que apontou que famílias pobres, das classes C e D ficaram sem receber o auxílio emergencial por questões como falta de acesso à internet ou limitações de conexão. O levantamento aponta que 20 milhões de moradias não possuem internet; um em cada quatro não usa a internet, o que representa um universo aproximado de 50 milhões de não usuários da rede mundial de computadores. É muita gente e muita casa desconectada. E não basta ter acesso à internet; é preciso saber usar. Num cenário em que as tecnologias digitais se tornaram essenciais para a manutenção da saúde e a preservação da vida, é passada a hora de resolver com firmeza a questão, e viabilizar com urgência programas que democratizem o acesso à internet.